domingo, 15 de maio de 2011

Filme de terror moderno


Imagine se, algum dia, uma potência mundial declarasse um único homem culpado por um dos maiores atentados terroristas que se tivera notícia na história da sociedade moderna, mesmo não havendo compatibilidade entre sua condição de vida e o grau de sofisticação necessário para organizar uma ação de tamanha complexidade e magnitude. Imagine, ainda, se o acontecido fosse usado para justificar, não apenas a aprovação de leis que cassassem inúmeros direitos civis individuais de toda a população, como também uma série de intervenções militares desse país em outros, soberanos, que coincidentemente guardassem recursos naturais preciosos, escassos e estrategicamente relevantes.

Imagine se, por causa disso, boa parte da riqueza do planeta fosse destinada às atividades bélicas e não à saúde, educação, assistência social, cultura e meio-ambiente. Se os jornais e os veículos de informação de massa deixassem de denunciar condições sub-humanas de existência, mau uso de recursos públicos e tantos outros problemas sociais, para noticiar, exclusivamente e por anos, cada uma das razões que justificassem as ações arbitárias decorrentes daquele fatídico evento, procurando convencer veladamente a maioria da população de que a saída adotada era única e, inquestionavelmente, a melhor.

Imagine se, depois de tudo isso, militares daquela mesma potência invadissem outro país soberano, sem qualquer aviso ou consentimento, para assassinar aquele homem, sumir com o seu corpo e ainda acusar o país invadido de colaboração com o terrorismo. E se, à medida que a opinião pública mais esclarecida condenasse tal atitude, aquele país começasse a divulgar supostos acordos secretos firmados com o país invadido que pudessem legitimar suas ações. Pior, imagine se parte de sua população literalmente festejasse nas ruas o assassinato daquele homem, se a popularidade do presidente aumentasse e se praticamente toda a mídia, que — misteriosamente — noticiava sobre o personagem que seria morto semanas antes, também manifestasse apoio a tudo aquilo...

Daria um filme, não?! Ainda bem que esse tipo de coisa não acontece na vida real...