Os epidemiologistas, como o próprio nome diz, estudam as epidemias, ou seja, a difusão de doenças entre grandes grupos. Trata-se de uma disciplina moderna com não mais de dois séculos de existência.
O livro de Robert Matthews, 25 Grandes Idéias: Como a Ciência Está Transformando Nosso Mundo, editora Zahar, apresenta como exemplo de estudo epidemiológico o aumento da incidência de câncer retal na população da região européia de Gwynedd, atingida pela radiatividade proveniente do acidente em Chernobyl na década de 1980. Sob uma análise superficial, um aumento de 50% na taxa de incidência deste tipo de cancêr na população dessa região, quando comparada com a média no resto do País de Gales, certamente faria com que a maioria das pessoas apontassem a radiatividade remanescente do local como a causa do problema. Entretanto, segundo o texto, este aumento significativo equivale a um único caso a mais a cada dez mil pessoas!
Concluir algo baseado em evidências deste tipo parece ser bastante comum e não representa grandes riscos na maioria das vezes. Igualmente comum é a atitude de assumir tais conclusões como certezas e, isto sim, pode acabar sendo bastante danoso, não só para o indivíduo, mas também para a coletividade.
A visão crítica da vida é um exercício de humildade, absolutamente essencial para o próprio crescimento pessoal. E a epidemiologia parece saber disso...
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