Sabe a sua senha do banco? E a do e-mail? Da empresa, da escola, do seguro, do carro, da TV... Pois é, senha pra caramba! Difícil de memorizar tudo!
Há quem se arrisque deixando todas as senhas iguais ou usando nomes e datas de aniversários... O fato é que com a popularização dos sistemas eletrônicos vem aumentando — e muito — o número dessas "assinaturas" virtuais. Na mesma proporção, multiplicam-se também as fraudes e os crimes associados ao uso indevido da identidade virtual de outrem.
Pois bem, conhecidos por possuírem um dos sistemas bancários mais seguros do mundo, os bancos brasileiros lançaram mão de uma porção de dispositivos anti-fraudes, a ponto de tornar profundamente irritante o uso de qualquer um dos serviços de auto-atendimento. Hoje, não há como fazer uma transação financeira sem, no mínimo, duas senhas diferentes, mais um número de um cartão seriado ou daquele aparelhinho chamado de "iTolken" (não, não é o autor de Senhor dos Anéis!).
Seria fantástico se toda essa parafernália não visasse exclusivamente a segurança — de quem? — dos próprios bancos ou das instituições que dela se utiliza. Afinal, se o cliente for assaltado, por exemplo, obviamente o criminoso levará o que necessitar para sacar o dinheiro ou fazer a operação que deseja (carteira de identidade, cartão do banco, o tal aparelho ou até a própria pessoa). O cliente pode, entretanto, escolher não portar o cartão ou o "iTolken", mas neste caso, também não poderá usar os serviços bancários que dependem deles.
Segundo uma matéria publicada no caderno de Ciência da Folha de São Paulo no dia 15/07/2009, um pesquisador da Microsoft, Dinei Florêncio, verificou que uma das principais vulnerabilidades da segurança virtual ainda é a engenharia social, ou seja, a observação e análise das práticas e costumes da vítima a fim de se obter informações, ou até a própria senha, para conseguir o acesso indevido. O estudo mostra que técnicas como forçar o usuário alterar frequentemente a senha, ou usar combinações exdrúxulas de difícil memorização, pode ter um resultado oposto ao desejado, já que a probabilidade da pessoa ter de registrar a informação em algum lugar, ou portar lembretes, passa a ser maior.
Com tanta coisa, fica difícil entender como um débito pode ser feito automaticamente na sua conta corrente, sem qualquer confirmação — acreditem, nem do nome! —, mas o titular não pode sacar um centavo se não tiver a posse do cartão ou das senhas ou do número seriado ou... Complicado entender também o porquê de, às vezes, ser impedido de realizar uma compra por não querer fornecer o próprio endereço, mas, quando fornecido, quase nunca ter sua veracidade checada. Ou, em uma compra com o cartão de crédito, que não exibe foto, quase nunca ser solicitada a carteira de identidade.
Como um professor disse certa feita, Deus limitou a inteligência do homem, mas se esqueceu de fazer o mesmo com a burrice...
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