
Para evitar tornar este texto um "spoiler" do filme para os que ainda não tiveram o prazer de assistí-lo, omitamos os detalhes do contexto em que a cena se insere. Digamos apenas que, nela, o protagonista, em meio a uma civilização de seres futuristas, começa a ter sua "história" vista por um dos membros que o toca. Quando outro toca o primeiro, também tem acesso às mesmas informações. O ato se repete, sucessivamente, até que toda a civilização se interconectasse e, simultaneamente, ficasse ciente dos mesmos fatos.
E o que isto tem a ver com a compreensão mútua? Simples! Se houvesse uma maneira dos interlocutores compartilharem seus próprios pensamentos, provavelmente, nunca mais haveria uma discussão.
É perfeitamente razoável imaginar que, em condições normais, qualquer pessoa pensará e agirá sempre da maneira que lhe parece mais correta, baseando-se em suas próprias experiências e visão de mundo. Se pessoas diferentes compartilhassem essas informações entre si, de maneira exata, a conclusão resultante seria única e não haveria espaço para qualquer discussão. Imagine toda a humanidade, com sua diversidade praticamente infinita, pensando como se fosse um único ser...
Acontece que as pessoas se relacionam através da linguagem e vencer esta barreira não é uma das tarefas mais fáceis. Os psicanalistas, por exemplo, debatem-se com isto o tempo todo: como compreender o que se passa na mente de outra pessoa? Seria mais fácil se tivéssemos uma porta USB na orelha, ou um dispositivo do tipo "bluetooth" para conversar...
A paz e a harmonia, no entanto, dependem da tolerância, empatia, paciência e, principalmente, da compreensão de que, muito provavelmente, se um estivesse no lugar do outro, teria os mesmos pensamentos e agiria da mesma forma. Uma verdadeira batalha introspectiva, já que não se pode fazer com que o outro seja mais tolerante, empático, paciente ou compreensivo. Pode-se apenas motivá-lo nesta direção.
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