Oficialmente, o ser humano é o único animal terrestre capaz de elaborar questionamentos a respeito de sua própria existência. As perguntas, justamente por esbarrarem nos limites da razão humana, são por vezes polêmicas e, frequentemente, sem respostas satisfatórias. A origem do universo é um tema perfeito para exemplificar este problema...
O que deveria ser um amplo e saudável debate, acabou por misturar-se a interesses mundanos e se transformou em um gigantesco problema, dividindo pessoas e nações. À despeito das inúmeras religiões, ceitas, crenças e filosofias existentes, pode-se dizer que, basicamente, há dois tipos de pessoas: as que acreditam em um Criador e as que acreditam no acaso. Afinal, o universo teria sido "planejado" ou simplesmente acontecido?
Estudos cosmológicos revelam que o parâmetro de densidade de nosso universo (um número chamado de ômega, Ω), definido como a razão da densidade observada pela densidade crítica, está em torno de 0,3 (MATTHEWS, Robert. 25 grandes ideias: como a ciência está transformando nosso mundo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. p. 251). A partir deste número, pôde-se calcular seu valor original no momento do "Big Bang", chegando-se ao que seria 0,01 parte em 10¹³ de exatamente 1,0. Qualquer diferença neste número, implicaria em uma expansão cósmica demasiadamente rápida para que galáxias fossem formadas, ou tão lenta que o universo já teria colapsado há bilhões de anos atrás. Note que as chances para que isto tenha ocorrido aleatoriamente são mais ou menos as mesmas que se estimaria para a existência, ou inexistência, de um Criador.
Assim, como parece impossível dizer se a razão está com defensores do "planejamento divino" ou com os defensores da "aleatoriedade", a questão perde sua relevância prática e a decisão pelo que acreditar passa a ser uma opção íntima, pessoal e exclusiva de cada ser humano. A divergência, na realidade, parece decorrer de uma certa confusão entre os papéis da ciência e da crença. A primeira não pretende concluir se Deus existe ou não, mas simplesmente explicar o funcionamento do universo. Já a segunda busca saciar a necessidade de respostas do intelecto humano.
Portanto, crer na sorte ou em um deus é apenas um meio de se encarar a própria existência. Parafraseando Einstein, há apenas duas formas de se viver: uma é acreditando que milagres não existem e a outra, que tudo é um milagre...
O que deveria ser um amplo e saudável debate, acabou por misturar-se a interesses mundanos e se transformou em um gigantesco problema, dividindo pessoas e nações. À despeito das inúmeras religiões, ceitas, crenças e filosofias existentes, pode-se dizer que, basicamente, há dois tipos de pessoas: as que acreditam em um Criador e as que acreditam no acaso. Afinal, o universo teria sido "planejado" ou simplesmente acontecido?
Estudos cosmológicos revelam que o parâmetro de densidade de nosso universo (um número chamado de ômega, Ω), definido como a razão da densidade observada pela densidade crítica, está em torno de 0,3 (MATTHEWS, Robert. 25 grandes ideias: como a ciência está transformando nosso mundo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. p. 251). A partir deste número, pôde-se calcular seu valor original no momento do "Big Bang", chegando-se ao que seria 0,01 parte em 10¹³ de exatamente 1,0. Qualquer diferença neste número, implicaria em uma expansão cósmica demasiadamente rápida para que galáxias fossem formadas, ou tão lenta que o universo já teria colapsado há bilhões de anos atrás. Note que as chances para que isto tenha ocorrido aleatoriamente são mais ou menos as mesmas que se estimaria para a existência, ou inexistência, de um Criador.
Assim, como parece impossível dizer se a razão está com defensores do "planejamento divino" ou com os defensores da "aleatoriedade", a questão perde sua relevância prática e a decisão pelo que acreditar passa a ser uma opção íntima, pessoal e exclusiva de cada ser humano. A divergência, na realidade, parece decorrer de uma certa confusão entre os papéis da ciência e da crença. A primeira não pretende concluir se Deus existe ou não, mas simplesmente explicar o funcionamento do universo. Já a segunda busca saciar a necessidade de respostas do intelecto humano.
Portanto, crer na sorte ou em um deus é apenas um meio de se encarar a própria existência. Parafraseando Einstein, há apenas duas formas de se viver: uma é acreditando que milagres não existem e a outra, que tudo é um milagre...
"Note que as chances para [que] isto tenha ocorrido aleatoriamente são mais ou menos as mesmas que se estimaria para a existência, ou inexistência, de um Criador."
ResponderExcluirA probabilidade para a existência, ou não, de um criador é facil de ser calculada: é exatamente 1. Se as chances para a sua existência são de "0,01 parte em 10¹³", deduz-se que as chances para a sua não-existência são infinitamente grandes.
Você tem toda a razão. Perdoe-me pela falta de rigor matemático. Mas o que eu quis dizer é que em um espaço amostral com dois eventos possíveis {aleatoriedade, não-aleatoriedade}, se a probabilidade para que o evento tenha sido aleatório é de 1/10^15 (usei o 0,01 para poder escrever com caracteres unicode), a probabilidade da não-aleatoriedade (ou planejamento) é de 1-(1/10^15), ou seja, muito próxima de 100%.
ResponderExcluirObviamente, isto não quer dizer que os teístas estejam com a razão. Significa apenas que, com os dados e teorias atuais, ainda há razões para que a questão suscite dúvidas.
Só por curiosidade, a Teoria do Multiverso surgiu justamente para tentar explicar essa estranha "sintonia fina" em torno do surgimento do universo. Segundo ela, infinitos universos, contendo todas as possibilidades, devem coexistir. Além disso, um cosmólogo Russo, Andrei Linde, propôs que o efeito da "inflação" que produziu o "Big-Bang" talvez tenha originado infinitos universos, sendo que apenas alguns, cujas leis físicas possibilitariam a existência de vida, teriam permanecido existindo. TALVEZ tudo isto explique o porquê de uma probabilidade tão alta para um "planejamento divino".