Contava a história que uma rádio noticiara a presença de um condutor guiando na contramão, em alta velocidade, em uma via expressa movimentada. Eis que ao ouvir a notícia, exclama o motorista: "Um, não! Vários!".
A obviedade na anedota que nos faz rir usa de um comportamento humano não tão incomum como faz parecer nossa intuição. Frequentemente, estamos tão certos de uma opinião ou ponto de vista que acabamos por atropelar qualquer coisa os contradiga, sem nos permitir analisar melhor ações, ideias e situações com mais cuidado.
Outra dessas histórias, já não engraçada, falava de um garoto que atirou um tijolo na porta de um carro importado novinho que passava pela estrada. Seu dono, transtornado de raiva, pára o carro e vai tirar satisfações com o menino que lhe explica o motivo daquilo: necessitava da ajuda de alguém para socorrer o irmão maior que caíra de sua cadeira-de-rodas e o tijolo fora a única maneira que ele encontrou para fazer alguém parar naquele lugar ermo...
A humildade é importante não para o outro senão para nós mesmos, por evitar arrependimentos, permitir o auto-desenvolvimento e ampliar possibilidades. Na língua inglesa, por exemplo, o verbo "entender" (to understand) é formado pela justaposição de duas palavras: "under" que significa abaixo e "stand" que pode ser traduzido como ficar, permanecer. Os significados nos remete, portanto, à necessidade de nos colocarmos em um nível mais baixo para que possamos entender algo. É uma nítida alusão ao respeito e à humildade necessária ao desenvolvimento.
Importante ressaltar, entretanto, que tolerar, compreender, respeitar, entender, etc., não implicam, necessariamente, em concordância, aceitação ou submissão. Muito pelo contrário, permite, além de identificar meios para se evitar, conter ou eliminar um problema, encontrar caminhos para comunicar um ponto de vista pessoal aos demais de maneira mais eficiente.
Entendeu?
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