A Física é sensacional e reflete bem o que seja, e como funciona, a racionalidade humana. Similar a outras ciências, resume-se na criação de modelos que expliquem fenômenos físicos do universo no qual estamos imersos. A validade desses modelos são verificados pela confirmação de suas consequências teóricas através da observação experimental.
Foi exatamente isto que o ocorreu com a Mecânica Quântica que acabou detonando a visão determinística que a Física possuía até então. E mesmo Einstein, inovador incontestável, faleceu ainda incrédulo dos efeitos previstos pela Teoria Quântica — o experimento EPR que idealizara para contradizer as previsões só pode ser realizado alguns anos após sua morte e, de forma irônica, acabou por contradizê-lo definitivamente. A Equação de Schrödinger, por exemplo, previa a sobreposição de estados quânticos o que, na prática, significava a impossibilidade de se conhecer com exatidão um dado estado da partícula (velocidade e posição definidas) porque a simples observação o alteraria.
O resultado mais intrigante, entretanto, ainda estava por vir: o Emaranhamento Quântico. O citado experimento EPR, idealizado em 1935 por Einstein, Podolsky e Rosen, previa que se uma partícula se dividisse em outras duas idênticas, viajando diametralmente opostas, a observação de uma delas não influenciaria na outra e cujo estado poderia ser definido apenas pelos cálculos newtoniano-relativísticos clássicos. Ledo engano! As partículas, posteriormente ditas emaranhadas, correlacionam-se de alguma forma, mesmo separadas espacialmente.
Simplificando, imagine um par de cadernos emaranhados: um exemplar aqui e outro aí na sua frente. O que fosse escrito aí, seria instantaneamente escrito aqui e vice-versa.
Os possíveis usos desta propriedade vão desde o processamento paralelo na computação quântica até o teletransporte, passando por chaves criptográficas invioláveis.
Agora, quando alguém lhe falar sobre universos paralelos, viagens no tempo, telepatia, etc., pense muito bem antes de achar que a pessoa é completamente louca...
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