Ontem (17/10/09), as principais agências de notícia deram conta do abatimento de um helicóptero da Polícia Militar no Rio de Janeiro. Seguiram-se a isto incêndios a ônibus, mais violência de todos os lados e, claro, mais mortes.
Em meio à discussão sobre a entrada de armas pelas fronteiras brasileiras, a audácia crescente dos grupos criminosos organizados e o impacto dos últimos acontecimentos no "projeto olímpico", não ofenderia perguntar: por que não acabar com os morros do Rio?
Os acontecimentos sugerem que as ações tomadas até agora não estejam surtindo o efeito desejado. Além disso, poucos parecem notar que o dinheiro que equipa a polícia é o mesmo que aparelha o crime organizado, apenas as origens são diferentes — o primeiro de impostos, o segundo do tráfico de drogas. Da mesma forma, a violência criminosa também não difere da violência legal. É como tentar apagar um incêndio com mais fogo: pode até dar certo, mas o risco de acabar tudo em cinzas é muito alto.
A solução talvez já tenha sido escrita há mais de vinte anos: "São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia (...)" (Constituição Brasileira, Artigo 6º, Capítulo II). Por que não colocá-la em prática, fornecendo moradia digna a cada cidadão que dela necessita? Acabando com os "morros", não haveria mais a necessidade de se construir muros para conter seu avanço. Acabando com os "morros", o Estado não precisaria mais de helicópteros e blindados para subí-los. Acabando com os "morros", acabaria também boa parte da falta de dignidade que oxigena o crime organizado lá em cima.
E com tantos "morros" paulistas, mineiros, baianos, brasilienses, gaúchos, amazonenses, etc., talvez não fosse má ideia priorizar o social em meio a tantas outras áreas, só para que pudéssemos usar, para variar, um "ganhamos, meu irmão, ganhamos!".
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