A morte, em si, não é de toda mal. Apesar de termos nos acostumado a compreendê-la como o final de tudo, além do qual há uma incógnita indecifrável, a morte pode ser, simplesmente, o fim de uma etapa ou fase, absolutamente necessário para um recomeço.
Se a noite não morresse, o dia não nasceria. Se as semanas, os meses e os anos não terminassem, estaríamos estagnados no tempo, condenados a viver com os mesmos erros pela eternidade. Quando as doenças não se findam, a saúde não pode ser restabelecida. Sem as mortes, os renasceres seriam impossíveis. A morte é, portanto, apenas um estágio necessário ao perfeito funcionamento do complexo ciclo da existência, em todas as suas facetas.

O problema é que, ao matar componentes do próprio ego, suicidamo-nos. Obviamente que não no mesmo sentido tratado por Durkheim em sua obra, mas, talvez, de forma tão dramática quanto. Suicidamo-nos porque matamos alguém que tínhamos por nós mesmos e, assim, acabamos por nos desconstruir pouco a pouco. E esta desconstrução, apesar de necessária, é frequentemente dolorosa.
Mas assim como a figura da fênix, renascemos das próprias cinzas e recriamos um novo ser. Até que erramos de novo, recomeçando todo o processo...
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