sexta-feira, 26 de março de 2010

A Medicina Evolutiva - Parte II


Não se poderia falar em evolução dos seres vivos se não existissem os genes. São as constantes mutações do genoma que possibilitam as mudanças decisivas para a adaptação das populações aos ambientes que habitam. Entretanto, segundo a medicina evolutiva, os genes também podem ser os responsáveis por algumas doenças que acometem a raça humana atualmente.

A anemia falciforme, por exemplo, é uma doença hereditária causada pela produção de hemácias em forma de foice, daí seu nome, causando dificuldades na passagem de sangue pelos vasos mais finos e no transporte de gás pelo sangue, entre outros problemas. Alguns estudos mostraram uma certa coincidência entre as zonas africanas habitadas por populações com elevada incidência da doença e as regiões endêmicas da malária, sugerindo que a mutação responsável pela produção de hemácias falciformes tenha sido selecionada ao longo do tempo. Isto porque indivíduos com este tipo de células sanguíneas apresentam maior resistência à malária.

Outra das causas de doenças, segundo a ótica evolucionista, seriam os ajustes no desenho. Adequados pela seleção para melhor desempenhar determinadas tarefas, os seres humanos acabam por sofrer alguns efeitos colaterais resultantes desses pequenos ajustes. É o que se passa com os problemas mais comuns de coluna vertebral manifestados pela nossa espécie, devido ao custo da postura ereta herdada pelos primatas humanos.

Finalmente, os legados evolutivos formam a última categoria compreendida como causas de problemas enfrentados pelo ser humano moderno. Alguns "detalhes de projeto" mal resolvidos pela evolução, ainda causam transtornos, como o cruzamento entre a traquéia e o esôfago que aumenta, sensivelmente, a possibilidade de engasgamento nas pessoas.

Obviamente que muitas dessas hipóteses propostas pela medicina darwinista são, ainda, apenas especulações que carecem de comprovação científica. Entretanto, a capacidade dessa abordagem de gerar novas perguntas, por si só, já parece bastante proveitosa.

Acompanhemos, portanto, o a seleção evolutiva aplicada a esta mutação científica.


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