Além da imanente dificuldade em se aceitar que a própria visão de mundo pode estar errada, assumir que os resultados obtidos podem mostrar, com relativa precisão, o quão "certo" se está com relação à realidade demanda uma boa dose de abstração e humildade. Não é fácil aceitar a responsabilidade por frustrações que poderiam, facilmente, ser atribuídas ao acaso. Mas o fato é que, uma vez sabidos onde e como chegar a um objetivo, a ausência de resultados indica falha na compreensão da realidade do sujeito.
Por outro lado, a "Teoria dos Resultados", como enunciada, oferece um inusitado método para aperfeiçoamento do próprio modelo de realidade. Em verdade, esta pretensa teoria nada tem de original, ou de inovador, exceto, quiçá, a forma como foi enunciada. Aliás, o método a que se refere é usado há milênios pelos seres humanos, apenas, talvez, de uma forma não tão explícita. Note que a tão propalada diferença entre teoria e prática poderia ser, perfeitamente, um corolário dessa teoria, afinal, sabendo-se algo bem teoricamente, o que causaria tantos problemas na aplicação prática, não fosse a falta de "ajuste fino" entre o modelo mental e a realidade?
Em resumo, o que esta "Teoria dos Resultados" propõe é um alarme que dispara a cada vez que é necessário mudar os procedimentos para alcançar aquilo que se almeja. Quem nunca ouviu falar no adágio que diz ser o primeiro sinal de loucura a atitude de desejar resultados diferentes fazendo coisas iguais? Pois, às vezes, é justamente o que ocorre conosco, homo sapiens modernos, desejando resultados distintos dos que vêm sendo conseguidos usualmente, porém sem mudar em nada a forma de agir.
Assim, da próxima vez que seu salário não aumentar da forma como tinha certeza que aumentaria, que sua promoção não sair na data que esperava, que não tiver o desempenho pretentido em algum exame, etc., lembre da "Teoria dos Resultados"...
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