
Naturalmente, esse aumento da exigência dos consumidores brasileiros pode também ser percebido no varejo de bens duráveis, reforçando a idéia de que o padrão de consumo brasileiro se elevou ao longo dos últimos anos e, hoje, demanda produtos cada vez mais confiáveis e de melhor qualidade. Segundo Philip Kotler (Kotler, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. p. 68) resume o cenário atual dizendo que “Os clientes de hoje são mais difíceis de agradar. São mais inteligentes, mais conscientes em relação aos preços, mais exigentes, perdoam menos e são abordados por mais concorrentes com ofertas iguais ou melhores”. Com esse acirramento da competitividade no ambiente de negócios, além da qualidade dos produtos, outras estratégias, como a valorização da marca e a construção de relacionamentos de longo prazo com os clientes, também passaram a ser relevantes na busca das empresas por melhores resultados. Ainda segundo Kotler, “Tornar um número maior de clientes fiéis aumenta a receita” e a chave para isto é mantê-los satisfeitos.
Christopher W. L. Hart (Hart, C. W. L. Garantias extraordinárias: como criar um diferencial no mercado por meio de garantias. São Paulo: Pioneira, 1996.) afirma que se a política de oferecimento de uma garantia de qualidade, se disseminada na cultura da organização, poderia propiciar ganhos mercadológicos, atraindo novos clientes, bem como fidelizá-los através de uma ampla assistência de pós-venda que também geraria dados confiáveis para melhorar seus produtos e processos. O "pulo-do-gato" do modelo administrativo proposto por Hart seria o de beneficiar o cliente e punir a própria empresa ao máximo. Dessa forma, o primeiro teria a insatisfação minimizada e seria fortemente incentivando a fornecer o retorno de suas impressões com relação ao produto ou serviço prestado, ao mesmo tempo que a segunda seria "forçada" financeiramente a adequar seus processos na direção da excelência.

O que Hart parece não ter levado em conta é que garantias extraordinárias só funcionam com empresas extraordinárias, algo cada vez menos comum ultimamente...
Gostei da postagem, bem completa. Acho que o modelo de Hart nunca foi tanto posto à prova como na atual crise econômica. Você acha que esse modelo tem que ser melhorado para uma sociedade pós-crise?
ResponderExcluirA postagem é uma versão introdutória de um trabalho de pesquisa na área de administração desenvolvido no final de 2008 e início de 2009. O modelo, claro, pode e deve ser melhorado sempre, mas, mesmo já com mais de dez anos, foi implementado de forma séria, na sua forma original, por muito poucas empresas, especialmente no Brasil. Talvez porque o cenário de crescimento, associado a uma enorme demanda potencial e uma cultura financista de curto prazo, favoreçam mais a busca pelo lucro imediato do que pela excelência na produção ou prestação de serviços à sociedade, cujo lucro equivalente só seria apurado em mais longo prazo. O modelo de garantias extraordinárias é apenas para empresários visionários e corajosos, infelizmente raros em uma sociedade pré ou pós-crise...
ResponderExcluirMais uma vez, obrigado pela visita!