A mente humana é algo absolutamente espetacular. Mesmo com a infinidade de progressos tecnológicos da contemporaneidade, a humanidade sequer arranhou a superfície do que nos fora proporcionado pela Criação — seja divina ou não. Um projeto desenvolvido pela Universidade de Lausanne, na Suíça, talvez sirva como exemplo para fornecer uma vaga noção do quanto, ainda, há para se conhecer a respeito de nós mesmos.
Segundo a revista Seed, pesquisadores da universidade desenvolveram um supercomputador capaz de simular o funcionamento de uma região cerebral com cerca de dez mil neurônios e suas respectivas ligações sinápticas — algo em torno de 30 milhões. Para isso, foi construído um supercomputador cujo processamento central conta com 2.000 microprocessadores da IBM, permitindo ao equipamento lidar com 22,8 trilhões de operações por segundo. Mesmo com esses números impressionantes, a máquina representa o modelo de 1 mm³ do cérebro de um rato — o cérebro humano, hoje, possui em média 1.350.000 mm³.
Mas não é preciso ir assim tão longe para se impressionar com os feitos desse nosso "processador biológico". Quem nunca notou as maravilhas e os absurdos produzidos pela mente humana? Muito desses extremos se deva, talvez, ao desconhecimento sobre como uma das partes, subconsciente, funciona. Diferentemente do consciente, parte supostamente controlada por nós, o subconsciente não é facilmente manipulado. Responsável por quase todas as atividades que desempenhamos diariamente, ele registra todas as novas informações, a medida que aprendemos algo, para que depois sejam recuperadas de forma quase automática quando necessárias. Logo quando se começa a andar de bicicleta, por exemplo, é praticamente impossível coordenar, conscientemente, tudo o que é necessário para equilibrar-se, direcionar-se, pedalar, brecar, tomar cuidado com os perigos do caminho, etc. Mas depois de algum tempo de treino, a mesma criatura que se esborrachou no chão várias vezes é capaz de andar de bicicleta, ouvir música, conversar, etc., tudo ao mesmo tempo, sem se preocupar com o lado que deve virar o guidom, esquerda ou direita, para que não caia.
É fato, porém, que o mesmo mecanismo funciona igualmente para o "mau" quando, por exemplo, adquire-se um hábito ruim. E é justamente aí que reside a maior complicação. Se você já tentou mudar um hábito, deve ter notado que é mais difícil do que adquirir um novo, ou seja, desaprender costuma ser mais complicado do que aprender. Provavelmente, seja esta uma das causas da perversa "zona de conforto" a que todos nós nos submetemos nas mais diversas situações do cotidiano. Se por causa dela já evitamos, às vezes, aprender coisas novas — como obter o máximo do controle remoto da televisão, ao invés de apenas trocar de canal e mudar o volume —, dá para imaginar a força de vontade necessária para desaprender um mau hábito qualquer, não?!
Bom seria se houvesse uma fórmula para resolver o problema, mas na sua falta, um pouco de pragmatismo não faz mal a ninguém. Assim, se desaprender um hábito é difícil, talvez adquirir outro que o anule seja um pouco mais fácil. Mais ou menos como fazem os ex-fumantes que, para não sucumbir ao hábito de sacar um cigarro e colocá-lo na boca, lançam mão de guloseimas leves como uvas passas, castanhas, casquinhas açucaradas de limão, etc. O exemplo, claro, deve servir também para outro hábito qualquer que se queira eliminar. O importante, mesmo, é tentar sempre e não parar nunca!
Mas se você já consegue desaprender seus maus hábitos com facilidade, parabéns! Provavelmente, você deve conseguir tudo o que deseja. Se não, parabéns, também, por fazer parte da maioria das pessoas...
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