terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Rapaz...


Não há como chegar a Salvador e não se admirar com a cidade encravada na entrada da Baía de Todos os Santos. Estende-se, em direção ao leste, por toda a costa, desde o Farol da Barra até o aeroporto, na divisa com a cidade vizinha, Lauro de Freitas. Ao norte, possui como extremo continental a Base Naval de Aratu, próximo à divisa com o município de Simões Filho. Como toda metrópole, Salvador também possui suas "extensões" nas cidades vizinhas, como o Centro Industrial de Aratu em Simões Filho, o Polo Petroquímico em Camaçari e os condomínios de alto padrão, Parque Encontro das águas e Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas.

Historicamente, era na região central que se concentrava boa parte da economia soteropolitana e, talvez por isso, vários símbolos da cidade ficam por ali. Na Cidade Alta estão o Terreiro de Jesus, o Pelourinho, a catedral e as várias igrejas históricas. Com um pouco mais de disposição para andar pelo centro, também é possível encontrar algumas pérolas menos conhecidas como a região do Dois de Julho. Já às margens da baía, há o porto, a balsa que leva à Ilha de Itaparica, o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda, o Solar do Unhão e a região do Comércio. E, para os amantes da modernidade e da vida cosmopolita, a Bahia Marina é o lugar. Lá estão bares, restaurantes e casas noturnas, frequentados, normalmente, pela nata da sociedade local. Vale a pena saborear um chopp no Acqua Café, assistindo ao pôr-do-sol, e, depois, jantar algumas das especialidades japonesas servidas no restaurante Soho — como o "ika-nira", broto de alho com rodelas de lula.

Aos incautos migrantes, candidatos a moradores de Salvador, o bairro da Pituba talvez seja prontamente apresentado como a melhor opção. Lá, o progresso econômico acabou por desenhar a cidade com linhas modernas, nos moldes de outras grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo. Localizada na região sudeste, altamente valorizada e atual centro financeiro da cidade, a Pituba se avizinha a outros agradáveis e modernos bairros de classe média-alta como Costa Azul, Itaigara e Caminho das Árvores, verdadeiros retiros para quem deseja paz em meio ao furor do carnaval baiano. Isto porque a famosa festa acaba ficando restrita aos bairros mais tradicionais da zonas central e sul — como Campo Grande, Vitória, Barra e Ondina.

Mas, na minha opinião, é o bairro da Graça que traduz o que há de mais autêntico em Salvador. Com um jeito de cidade pequena do interior, o charmoso bairro fica exatamente entre a região central e as praias da Barra e Ondina, conservando muito da antiga arquitetura soteropolitana. Há, na redondeza, praticamente todos os serviços necessários no dia-a-dia, além de uma série de atrações culturais. Museu Carlos Costa Pinto, Museu Geológico da Bahia, Instituto Goethe, Mansão Bernardo Martins Catharino, Igreja da Vitória são algumas das visitas obrigatórias na região. Descendo em direção ao mar, além da própria Ladeira da Barra que é um espetáculo, há também o Cemitério dos Ingleses, a Mansão dos Mariani, o Instituto Cervantes, a Igreja da Ladeira da Barra e, já na Barra, o Forte de São Diogo. Com relação aos estabelecimentos comerciais, vale a pena almoçar na Perini da Graça, tomar um café e comer uma sobremesa na Doces Sonhos, no Corredor da Vitória, e jantar em um dos melhores restaurantes japoneses da cidade, o Shiro.

O caranguejo e a cerveja gelada do Caranguejo de Sergipe, as saladas e crepes do Mariposa, as pizzas da Piola, o Museu do Farol, o acarajé da Regina, enfim, Salvador guarda tantas outras preciosidades que seria difícil enumerá-las todas neste texto. Entretanto, o que faz mais falta é, justamente, o que o dinheiro não pode comprar: os momentos passados com os amigos e amigas de lá. Essas memórias, inevitavelmente, terminam por criar no espírito uma baianidade a ser carregada para o resto da vida...


Praia da Barra

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