sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tem alguém aí?!


No ano passado, segundo a revista Science News, dois grupos de astrônomos deram notícia, independentemente, das primeiras imagens de planetas extrassolares. E em pouco mais de uma década de estudos, já houve relatos de centenas deles. Segundo Marcelo Gleiser, isto tem grandes implicações no número de planetas estimado pelos cientistas, podendo chegar a mais de trezentos trilhões só em nossa galáxia.

Além disso, sabia-se que os primeiros sinais de vida na Terra datavam de 3,8 bilhões de anos atrás, mas parece haver indícios de atividade biológica cerca de 400 milhões de anos antes, ou seja, em um ambiente muito mais hostil do que imaginado anteriormente. Ao analisar microcristais de diamante, presentes em um cristal de zircão datado de 4,2 bilhões de anos, cientistas constataram um desbalanceamento — maior quantidade de isótopos 12 — na relação de isótopos 12 e 13 de carbono, indicando a possível existência de microorganismos já naquele período.

Se devidamente confirmadas, as notícias aumentam muito a probabilidade de existir outros astros comportando vida além da Terra. Claro que isto não significa, necessariamente, que a vida em questão seja inteligente, mas as chances disso acontecer também aumentariam bastante.

O SETI Institute (sigla do inglês para "Search for Extraterrestrial Intelligence Institute", significando, em português, algo como "Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre") há quase 25 anos busca por sinais eletromagnéticos — basicamente ondas de rádio — produzidos por seres inteligentes. A tarefa é árdua, já que, além  das antenas terem de apontar diretamente para a fonte emissora e sintonizar o sinal dentro de um espectro infinito de frequências, ainda deverão vasculhar cada sinal detectado em busca de um padrão que indique algum tipo de comunicação inteligente. Inclusive, se você quiser contribuir, pode doar o processamento ocioso de seu computador para o projeto SETI@Home da Universidade da Califórnia.

Mas o mais interessante é concluir que, caso exista mesmo uma civilização extraterrestre, dificilmente estarão em um grau de desenvolvimento similar ao nosso — ou muito inferior, como em nossa Idade da Pedra, ou tão superior que mal conseguiremos imaginar. Se nós, em pouco mais de um século, conseguimos sair de carroças para módulos lunares, o que aconteceria com uma diferença evolutiva de alguns instantes cósmicos, digamos, uns dez mil anos? E teriam eles modelos lógico-matemáticos como os nossos? Comunicar-se-iam através de linguagem escrita, sonora, telepática? Intrigante...

Se os extraterrestres existem mesmo, ou não, ainda não sabemos. Mas não é perturbador pensar que Deus — ou o acaso, como crêem alguns — teria nos criado, únicos e solitários, em um minúsculo ponto do universo?



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