
Claro que a intenção não era a desesperar pais e mestres, nem tampouco incentivar a adoção do tal "jogo" por estas bandas, mas foi exatamente isto que aconteceu. Alguns pais proibiram o uso das tais pulseiras por seus filhos e algumas crianças, que sequer pensavam nisso, agora escolhem as cores que devem carregar em seus pulsos. Subitamente, algo que estava restrito às terras anglo-saxãs, passou a fazer parte do rol de preocupações paternas também no Brasil.
Jogos deste tipo entre adolescentes não é nada incomum. Quem não se lembra do "beijo, abraço ou aperto de mão" que rolava nas festinhas antigamente? O problema, mesmo, é a notoriedade que se deu, sem necessidade, a um fato bem pouco importante por aqui. Ou será que os tempos mudaram tanto que um adolescente tiraria a roupa em público simplesmente porque outro lhe disse que teria de fazê-lo, pois uma conta lilás de seu chaveiro fora arrancada? Se alguém executa algo desse tipo, não é porque usa uma conta lilás no chaveiro, mas porque deseja realizar algo assim ou busca a aceitação de seu grupo social. E neste caso, uma conversa franca em família seria muito mais útil do que, por exemplo, proibir o uso de contas lilases nos chaveiros.
Mas o puxão de orelha, mesmo, cabe a quem não compreende que nem todas as pessoas possuem a capacidade de entender adequadamente o problema ou tratar do assunto com a mesma facilidade. Se não havia necessidade, já que o "jogo" só existia no Reino Unido, por que se dar tanto destaque a algo assim? Qualquer ser humano deve ter responsabilidade com o que diz a outro, mas não parece ser uma atitude muito comum de alguns veículos de comunicação de massa.
Já diriam nossos avós — pais dos adolescentes do passado — que bom senso e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
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