
De tanta vergonha, vou me abster dos detalhes. Há ampla cobertura jornalística muitas fotos e vídeos disponíveis no UOL, no G1, no R7, no Último Segundo, no Estadão ou no portal de notícias de sua preferência. Mas o fato é que a polícia, subordinada ao governador José Roberto Arruda (DEM), negou qualquer excesso contra os cidadãos ali presentes.
Ao ver os cavalos montados, digo, homens montados avançando com os cavalos sobre pessoas deitadas no chão, assumindo o risco de matá-las ao pisoteá-las com os animais, lembrei-me do massacre da Praça da Paz Celestial na China, ocorrido em 4 de junho de 1989. Quem não se lembra do jovem na frente de uma coluna de tanques de guerra, impedindo-os de seguir adiante? Lá, sob o comando ditatorial chinês, o soldado que dirigia o tanque tinha permissão para passar por cima do manifestante, mas não o fez. A cena no Distrito Federal, foi bastante similar, só que com cavalos, que não pararam, e sob a batuta de um regime democrático.
Tal como afirmou o chefe do Comando de Policiamento da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Fonseca, não houve qualquer excesso por parte da polícia. Quem viu as imagens pela televisão, deve ter notado que os tiros disparados no chão à frente dos repórteres e os jatos de spray pimenta em direção aos olhos deles, não tinham qualquer intenção de intimidar a imprensa ou impedir que as cenas fossem registradas para a posteridade. Afinal, qual seria o problema em gravar cenas nas quais não se evidenciaria qualquer sinal de excesso?
Não que eu também não sinta vergonha quando um torcedor invade o campo e agride alguém ou quando um grupo prejudica a liberdade de ir e vir de tantas outras pessoas, mas ao ver um pelotão de choque, supostamente, com pessoas treinadas e pagas com dinheiro público, agredindo desmedidamente cidadãos desarmados que protestavam contra a corrupção, minha vergonha não cabe em mim. E quando o povo se tocar do poder que possui e também se revoltar desmedidamente, que ninguém o acuse de excessos.
Meu Deus, que vergonha...
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