quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Svět Piva


Quando se fala em cerveja, a cabeça da gente se volta automaticamente para a Alemanha. Também pudera, foram as tribos germânicas, juntamente com as célticas, que popularizaram a bebida no continente europeu há cerca de 5.000 anos atrás. Certamente, naquela época, ninguém poderia imaginar que, milhares de anos depois, a cerveja faria tanto sucesso a ponto de ser uma das mais consumidas no planeta, atrás somente de água e chá.

No Brasil, a cerveja mais consumida é a do tipo pilsen. O que, talvez, pouca gente saiba é que o nome vem da cidade de Pilsen, República Tcheca, onde, em meados do século XIX, surgiu este tipo de cerveja. Curiosamente, a bebida de aspecto claro e dourado — bonita de se ver — coincidiu com o início do hábito de se usar recipientes de vidro transparente para bebê-la. Anteriormente, as cervejas eram, geralmente, escuras e com aspecto lamacento, variando muito em qualidade de um cervejaria para outra.

Diz a lenda que o povo da antiga região de Bohemia chegou a verter barris e barris de cervejas no esgoto, como forma de protesto, por estarem insatisfeitos com a qualidade da bebida. Fundou-se, então uma cervejaria pertencente à cidade e um mestre cervejeiro bávaro, Josef Groll, foi convocado para produzir uma cerveja de melhor qualidade. Segundo informações da Pilsener Urquell, em 4 de outubro de 1842, a cerveja foi, finalmente, lançada no mercado de São Martins.

Hoje a cidade de Pilsen é a quarta mais populosa da República Tcheca e continua produzindo sua cerveja fielmente à receita original. Para quem viaja de carro entre Praga, a capital do país, e Dresden, na Alemanha, não será sacrifício algum parar na cidade e conhecer o Museu da Cerveja mantido pela fábrica da Pilsener Urquell — hoje, pertencente ao grupo Sab Miller. A marca, aliás, não poderia ostentar um nome mais sugestivo, já que significa "a pilsen da fonte original". No museu, podem ser vistos os primeiros equipamentos e instalações usadas para a fabricação e envasamento da cerveja. Também há como degustar a bebida, o que talvez lhe impeça de seguir viagem dirigindo com segurança. Mas, em compensação, pode-se usar o fato como desculpa para permanecer mais algum tempo e, em algum dos charmosos estabelecimentos da cidade, experimentar outras excelentes cervejas tchecas como a Krušovice e a Budweiser — a legítima, não aquilo que eles vendem nos EUA ou por aqui.

Viu?! E há quem não acredite que um "papo-de-bar" possa também ser cultural...



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