A frase do título é um código mnemônico para se lembrar das fases envolvidas na divisão nuclear mitótica: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Nem precisa dizer que é extremamente útil para memorizar, eficientemente, a ordem e os termos não muito comuns àqueles que não possuem formação na grande área das Ciências Biológicas. Para quem não se lembra, a mitose é parte do processo de multiplicação celular pelo qual células diploides (com dois pares de cromossomos) dividem seu núcleo em duas partes idênticas. No caso das células de origem animal, o ciclo se completa pela citocinese, ou divisão citoplasmática, dando origem a duas células iguais à original.
O processo de multiplicação celular é importante no reparo de tecidos, mas especialmente no desenvolvimento embrionário que transformará uma única célula em cem trilhões de outras, aproximadamente. Além da necessidade do embrião ter se formado com os pares de cromossomos saudáveis de seus progenitores, é fundamental que, durante todo o período, o processo de multiplicação celular se repita sem falhas, replicando e dividindo o material genético com precisão. Imperfeições cromossômicas podem desencadear problemas que vão desde o aborto natural do feto até a manifestação de numerosas doenças genéticas após seu nascimento, tais como várias síndromes (Down, Edwards, Patau, Prader-Willi, etc.), malformações diversas (lábio leporino, anencefalia, polidactilia, etc.) e inúmeras outras doenças congênitas (hemofilia, acondroplasia, etc.). Mas note que, à exceção dos genitores com histórico familiar de problemas genéticos, essas ocorrências são relativamente raras. As chances para uma mulher entre 35 e 39 anos gerar uma criança com Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), por exemplo, é cerca de cinco vezes maior que o de uma outra mais jovem, no entanto, ainda assim é baixo, girando em torno de 0,5%.
Há características gênicas, entretanto, que não dependem do efeito de um ou outro gene específico, mas de um conjunto deles, denominando-se poligênicas. Quando essas características são afetadas por fatores externos, como o ambiente, por exemplo, diz-se tratar de uma herança genética multifatorial. Casos assim ocorrem com estenose pilórica, autismo infantil, hipertensão, derrame, etc., e podem ser analisados por meio de uma distribuição de suscetibilidade — geralmente uma curva normal — apresentando limiares para a manifestação na população. Pelo menos neste caso, é possível evitá-las por meio de hábitos saudáveis de vida, desde que o indivíduo não tenha, previamente, ultrapassado o limiar de suscetibilidade e manifestado o problema.
Há duas conclusões interessantes nisso tudo. A primeira é que, devido ao caráter multifatorial de uma série de doenças genéticas, manter hábitos saudáveis não é uma vaidade, meramente, e sim uma necessidade. A segunda é que, pelo menos para as características poligênicas (que são muitas), ainda deve levar um bom tempo até que as empresas de mapeamento genético por aí consigam determinar, com uma precisão razoável, as propensões de um recém-nascido manifestar, ou não, uma série de problemas bastante comuns na atualidade.
Para saber mais: Genética Médica. Jorde, L. B. et al. Elsevier: Rio de Janeiro, 2004.
Tô achando que é uma mensagem subliminar para você me ligar hein!!! :o)
ResponderExcluirPromessa é dívida! ;-)
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