
No dia 7 de maio de 1915, ao adentrar em águas britânicas, o R. M. S. Lusitania, bastante similar ao Titanic, foi torpedeado por um submarino alemão. Fatalmente danificado, o navio afundou no Oceano Atlântico levando à morte 1198 de seus 1959 tripulantes. Neste caso, entretanto, diferentemente do anterior, o navio demorou apenas cerca de dezoito minutos para sucumbir completamente, não dando tempo para qualquer tipo de racionalização das vítimas. Ao que parece, tal situação levou a uma desesperada, instintiva e individual luta pela sobrevivência, o que acabou privilegiando os fisicamente mais aptos (Frey, 2010), ou seja, homens jovens, independentemente de suas respectivas classes sociais.
Talvez duas situações tão similares pudessem ser usadas para validar a hipótese sobre a decisiva intervenção racional no caso do Titanic. Foi exatamente isso que dois suíços e um australiano, ligados a faculdades de economia e finanças de seus respectivos países, fizeram, analisando comparativamente os dados históricos de ambos os naufrágios por métodos econométricos. A conclusão a que chegaram foi a de que as ações humanas, nos primeiros instantes de uma situação excessivamente tensa, tendem a ser regidas por mecanismos instintivos de sobrevivência (Frey, 2010). Parece que a natureza entendeu como vantajoso manter alternativas, subjacente à vontade da razão, para preservar a vida de um indivíduo em uma situação de perigo.
Sendo assim, não seria interessante estudar de forma metódica essas sobreposições entre dispositivos fisiológicos e mentais inerentes ao ser humano?
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