quinta-feira, 24 de junho de 2010

Além da Imaginação


Imagine a seguinte cena: um cidadão entra em um dos prédios de uma faculdade e, com o nome completo e o departamento de um dos docentes, pergunta para o segurança, logo na entrada, se poderia ser auxiliado na identificação e localização da respectiva sala. O segurança responde que não, pois não teria acesso à relação, e orienta o cidadão a conversar com o zelador do prédio. O cidadão se dirige à mesa do zelador, mas, ao chegar lá, outra pessoa que compartilhava o mesmo local de trabalho informa que ele estaria ausente. Não obstante, como nem o zelador, nem ele mesmo, saberiam informar a distribuição de salas entre os docentes, recomenda que a secretaria do departamento fosse procurada pois, talvez, tivesse melhores condições para ajudar.

Imagine, então, o cidadão à procura — por si mesmo — da secretaria em questão, batendo à porta e sendo atendido pelo único funcionário que ali estava — assistindo a uma partida de futebol pela copa do mundo. Ao ser inquirido sobre a sala do docente daquele departamento, o funcionário responde que também não saberia informar, uma vez que ele não cuidava daquele assunto e, na agenda do seu colega da mesa ao lado (quem cuidava), não havia qualquer relação de salas. Quando perguntado, novamente, se haveria alguma outra forma de obter a informação procurada, o funcionário passa a gritar, irritado, repetindo a mesma resposta: que não cuida daquele assunto, que seu colega não estava lá no momento e que não existia informações sobre as salas na agenda que ele já havia acabado de olhar (apenas na contracapa).

Continue imaginando, ainda, o citado cidadão, por volta do meio-dia de uma quinta-feira, percorrendo, por si mesmo, várias salas do prédio em busca do nome, em alguma das portas, do docente que procurava. E, finalmente, encontrando o respectivo local, verifica que, infelizmente, o docente não está. Pense, por fim, no cidadão resignado à sua condição, retornando de onde havia vindo, sem nenhuma informação adicional relevante — exceto, talvez, à localização da sala que ele mesmo havia descoberto — e com um débito de tempo em sua vida que jamais poderá retornar.

Difícil de imaginar a cena? Imagine, agora, tudo isso ocorrendo dentro de uma das mais conceituadas universidades da América Latina. Conseguiu imaginar? Não?!

Pois é, há certas coisas que estão muito além da nossa imaginação...

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