
Por outro lado, a arte de fazer mais com menos, exercita a criatividade e a busca incansável por alternativas. Se alguém, por exemplo, desejasse fabricar uma faca absolutamente afiada, capaz de cortar quase tudo e que, praticamente, nunca perdesse o fio, bastaria fabricá-la, por exemplo, em diamante! O custo, no entanto, seria proibitivo — por isso não existem muitas facas de diamante mundo afora. A função do engenheiro, então, é analisar o problema e encontrar uma solução viável em termos de custo que, no nosso exemplo fictício, poderia ser uma faca feita em cerâmica especial, apenas com a parte cortante feita em diamante. Depois de viabilizar o projeto, outro engenheiro — ou o mesmo, mas em outro momento — analisa o produto e, incomodado com o custo, propõe fazê-la de uma liga metálica nobre, com o mínimo possível de diamante na aresta de corte. Outro, ainda, olha para a nova faca de metal e resolve não usar mais nem metal nobre, nem diamante no fio de corte; apenas um aço qualquer, dos mais baratos disponíveis no mercado para aquela aplicação.
Bem, imagine se, em um churrasco em comum, ambos os compradores se encontrassem — o da primeira faca, feita em diamante, e o da segunda, feita em aço comum. Um olharia para faca do outro e, incrédulos, talvez começassem a demonstrar cada qual o desempenho de corte de sua respectiva faca, cortando algumas carnes, alguns ossos e até alguns objetos. Mas a performances, provavelmente, mostrar-se-iam muito similares. Se por acidente, entretanto, ambas as facas caíssem no chão, a de diamante se espatifaria em mil brilhantes e a de metal seria recolhida, lavada e retornaria, simplesmente, a seu uso anterior como se nada tivesse acontecido. E, no final das contas, a versão de mais baixo custo, além de muitíssimo mais barata, também seria melhor.
Apesar de certa dose de ficção no exemplo, atualmente há, de fato, várias técnicas de manipulação dos materiais comuns para se conseguir propriedades, antes, inimagináveis. Entre elas, os recobrimentos nanoestruturados, conforme rapidamente comentado por aqui em "Nan'outro Mundo", além de outros sofisticados processamentos a plasma, termo-químicos, mecânicos, etc., soluções mais modernas e de melhores resultados que o da mera escolha de um bom material para uma dada aplicação.
O difícil, sempre, é explicar para o ranzinza do sr. custo que investimento e gasto são conceitos totalmente diferentes.
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