
Há nessa equação, entretanto, algumas variáveis que desequilibram o sistema e outras extremamente difíceis de balancear. Algas, por exemplo, usualmente não só prejudicam a beleza do aquário, como alguns tipos podem matar plantas (por sufocamento) e peixes (por intoxicação). Virus e bactérias diversas, também, têm efeito catastrófico em um ambiente tão pequeno. Já com relação ao balanceamento, não há como saber, por exemplo, se a quantidade de gás carbônico produzido pela respiração dos peixes é exatamente a necessária para o bom crescimento das plantas, já que sua dinâmica depende também da presença de outros elementos como ferro, molibdênio, etc. Some-se a tudo isso um rígido controle de pH (acidez, neutralidade ou alcalinidade da água), da iluminação e da temperatura.
Contudo, todo trabalho desenvolvido na manutenção do aquário é o que proporciona uma infinidade de lições ainda a serem aprendidas por cada um de nós. Com um pouco de atenção, pode-se perceber a constante lição de responsabilidade, humildade e respeito que é ensinada em cada etapa — responsabilidade porque a vida (ou a morte) não espera; humildade porque é a própria pessoa quem usualmente executa as tarefas, conscientizando-se das próprias limitações; e respeito porque não há como um ser humano, no mais profundo significado do termo, não se encantar e se surpreender com a manifestação da vida em sua plenitude naquele pequeno espaço. E mesmo quando se falha em manter o mini-ambiente saudável, extrai-se valiosas lições sobre o quão danoso um desequilíbrio mínimo pode ser para todo o ecossistema — algo que não parece muito crível para várias pessoas, mesmo sabendo que, no caso da Terra, seríamos nós os peixes a perecer.
Há quem diga, também, que as tarefas proporcionam um verdadeiro estado de meditação, antes, durante e depois do aquário equilibrado, mas isto já é uma outra história...
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