"O rapaz se incomodou com um cheiro forte e desagradável enquanto esperava pelo café. Olhou para os lados, aguardou impacientemente pelo atendente, pegou a xícara e procurou um lugar longe dali para se sentar. Após alguns minutos, no entanto, percebeu que o cheiro não havia cessado — aliás, parecia que o tinha seguido. Tornou a olhar ao redor em busca de um novo local ainda mais distante. Ao avistar uma mesa vaga, levantou-se novamente com sua xícara de café e se deslocou até lá. Sentou-se, mais uma vez, reclamou da má sorte e, finalmente, pode saborear seu café em paz.
Outro rapaz se incomodou com um cheiro forte e desagradável enquanto passava em frente à lanchonete. Olhou para os lados procurando pela causa e logo se pôs atrás de uma caixa de papelão. Após alguns minutos, depois de encontrá-la e ainda sentindo o forte cheiro, reiniciou suas buscas, agora por sacolas plásticas descartáveis. Tornou a olhar ao redor e, também, não demorou a encontrá-las. Juntou o material, alegrou-se com a sorte de tê-lo encontrado ali, à mão, e, finalmente, foi ao encontro da origem daquele fedor.
Os olhares dos dois rapazes se cruzaram e ambos se cumprimentaram mutuamente. Conheciam-se. O que tomava café disse, admirado, que o forte cheiro que impregnava o ar era exalado por um cão, vira-lata, que, embora vivo, de tão machucado já tinha parte das feridas em estado de putrefação. O outro confirmou e mostrou o material que carregava para poder recolher o cão e levá-lo a alguns veterinários perto dali. Os dois se lamentaram pela situação e pelo cheiro tão desagradável que incomodava a todos no lugar.
Despediram-se, por fim. Um retornou ao seu café e o outro à sua ação."
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