quarta-feira, 21 de julho de 2010

Surpreenda-se!


Na manhã de uma outra quarta-feira dessas, o Prof. Dr. Gilberto Safra, psicanalista, expunha os dados de uma pesquisa, feita já há algum tempo, que buscava identificar as características comuns a grandes personalidades da humanidade, tais como Abraham Lincoln, Spinoza, Albert Einstein, etc. A despeito das ressalvas necessárias ao se considerar este tipo de pesquisa, os resultados são bastante interessantes e merecem ser mencionados. Basicamente, foram sete as características mais comuns identificadas na personalidade desses grandes nomes:

  1. Eram pessoas profundamente centradas na realidade do evento, sem tantas interpretações subjetivas, o que implicava um certo esquecimento de si.
  2. Possuíam enorme capacidade de estarem a sós que era usada como uma forma de contemplação da vida.
  3. Apresentavam grande resistência aos processos de aculturação, ou seja, não estavam sujeitas às constantes flutuações culturais, nem eram abatidos pelas ideologias dominantes.
  4. Tinham grande senso de humor, principalmente diante de si mesmos (o humor tem a capacidade de romper com o estabelecido).
  5. Mostravam-se bastante espontâneos e viviam com simplicidade.
  6. Eram naturalmente humildes.
  7. Nunca perderam a capacidade de se surpreender e/ou de se maravilhar diante da vida, algo que implicava em uma abertura para o inédito (similar ao que se passa com uma criança).
    O último ponto, principalmente, é digno de maiores comentários. Com o passar da idade, o ser humano tende a não mais se admirar com verdadeiros "milagres" da existência, ao contrário de uma criança que começa a compreender o mundo e se maravilha com quase tudo. Os adultos que conseguem manter essa característica "infantil" de enxergar o originário são, geralmente, os artistas mais talentosos, sendo admirados por isto. Já as crianças que, especialmente no ocidente, são consideradas imaturas, guardam, naturalmente, esse olhar tão caro aos grandes artistas.

    Como foi dito, ainda naquela quarta-feira, "filósofo é aquele que está sempre surpreendido; o sábio, aquele que se deixa surpreender".


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