terça-feira, 13 de julho de 2010

A Revolução Constitucionalista IV


Com o gradativo desabastecimento do estado, ocasionado pelo bloqueio de suas fronteiras, a situação das tropas revolucionárias começou a se tornar insustentável. Os paulistas tentaram adquirir armamentos e munição nos EUA, mas o navio que transportava o carregamento foi apreendido pela Marinha do Brasil. O governo federal, além do cerco militar e fronteiriço, bloqueou o porto de Santos, infiltrou diversos agentes entre a população — a fim de desanimá-la — e promoveu uma pesada campanha de difamação do movimento em todo país, atribuindo, inclusive, o caráter separatista da revolução que é, por vezes, mencionado.

Sem saída, o estado de São Paulo se viu obrigado a utilizar todos os recursos internos de que dispunha. Com lastro no ouro que havia sido doado pela população em favor da revolução, o estado criou uma moeda própria (que também foi falsificada e distribuída entre o povo pela ditadura) e desenvolveu, com a ajuda dos engenheiros da Escola Politécnica do Estado e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), muitos de seus equipamentos bélicos, entre eles, a "matraca", um dispositivo capaz de simular o som das metralhadoras. Os revolucionários, no entanto, só puderam resistir às tropas federais até o dia 2 de outubro daquele mesmo ano quando, com a rendição dos homens da Força Pública Paulista, a liderança do movimento acaba se rendendo.

Depois da revolução, o estado voltou a ser governado por paulistas, e, dois anos mais tarde, uma nova constituição foi promulgada. Para os partidários do Governo Provisório, a Revolução Constitucionalista de 1932 foi uma tentativa de trazer a oligarquia cafeeira de volta ao poder do estado, uma vez que as duas principais reivindicações de São Paulo já haviam sido atendidas por Getúlio Vargas — a nomeação de um interventor paulista e a convocação para as eleições de uma assembleia constituinte. Já para os revolucionários, se a revolução não tivesse ocorrido, a nova constituição brasileira jamais teria sido promulgada em 1934.

Para o proletariado paulista... Bem... Restou, ao menos, o feriado na data cívica.

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