No dia 22 de outubro, uma estudante foi assistir às aulas trajando um vestido rosa-choque curto. O que se seguiu foi um verdadeiro "show" de hipocrisia, intolerância e violência. A vítima, uma garota de 20 anos, teve de ser escoltada para fora da universidade debaixo de vaias, xingamentos e humilhações por parte dos alunos e outros que acabaram "entrando na onda".
Não bastasse o absurdo do acontecimento, a universidade, em uma sindicância interna, resolve expulsar a aluna por infringir o regulamento ao trajar roupa inapropriada! Mais tarde, com a repercussão do caso, acabaram por voltar atrás, suspendendo punições e adotando medidas "educativas" a todos os envolvidos.
A situação é um total contra-senso e, como tal, muito interessante. Programas televisivos, expondo pessoas com pouquíssima, ou nenhuma, roupa em situações que fariam corar até alguns "hippies" de Woodstock, fazem extremo sucesso entre os jovens brasileiros. "Inferninhos", casas de prostituição e orgias se multiplicam nas grandes cidades. Quem não se lembra das imagens captadas por uma câmera escondida em um "cafofo" em uma festa de outra universidade paulistana?
Mesmo assim, em pleno século XXI, uma garota é publicamente execrada por jovens alunos de uma universidade. Pior... Muitos ainda tentaram justificar a atitude pré-histórica com o comportamento supostamente insinuante da garota!
Bom, tamanho interesse pelo comportamento alheio explica, pelo menos, o porquê dos "reality-shows" e das novelas fazerem tanto sucesso...
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