
O texto é uma pérola da imparcialidade! Adjetivos como "controvertida [nova Lei Orgânica de Educação]" e "supostos [militantes]" (alguém notou qualquer dúvida sobre a identidade dos agressores no título?) ilustram o tom da reportagem. Mas, segundo o mesmo jornal, o 50º artigo, causador da polêmica, diz apenas que "Os que dirigem os meios de comunicação estão obrigados a dar sua colaboração na tarefa educativa e ajustar sua programação para o sucesso dos fins e objetivos consagrados na Constituição e na lei", sendo que isto limitaria o sagrado direito à liberdade de expressão.
Ora, partamos do princípio: a imprensa é uma atividade exercida exclusivamente sob a concessão do Estado. Isto porque o serviço, além de extremamente importante, exerce uma influência significativa na opinião pública e, consequentemente, nos destinos da Nação. Por que razão deveria ser optativo à imprensa o cumprimento, ou não, de seu papel social?
Há que se acabar, de uma vez por todas, com a hipocrisia e leviandade em torno da liberdade de expressão. Atualmente, parece que qualquer tentativa de se responsabilizar instituições, editores e repórteres pelo que publicam é tida como cerceamento de liberdade. Entretanto, não é tão assombrosamente mais irracional permitir que um órgão de comunicação de massa publique o que bem entender, sem qualquer responsabilidade pelo seu conteúdo? Se não há problemas nisto, por que haveria problema na veiculação de quaisquer anúncios publicitários, seja de cigarros, bebidas ou medicamentos? Por que um setor pode ser tão regulado e outro nada? Este tipo de discurso, que mistura responsabilização com censura, vem exatamente daqueles que usam e abusam da imprensa como ferramenta para atingir seus objetivos de poder em detrimento de toda a sociedade.
E se você é daqueles que ainda acredita na imparcialidade da imprensa, siga o arco-íris! Lá no final, o Leprechaun da imparcialidade lhe aguarda com seu pote de ouro!
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