Justo no aniversário de 40 anos da Missão Apolo 11, conhecida por conduzir os primeiros seres humanos à Lua, uma história um tanto pitoresca acabou vindo à tona. Em agosto deste ano, o Museu Nacional Holandês — lar de obras-primas de mestres como Hals, Vermeer e Rembrandt — anunciou que a suposta pedra lunar, presenteada ao então primeiro-ministro holandês, Willen Drees, era, na realidade, um pedaço de madeira fossilizada. O presente teria sido entregue pelo embaixador estadunidense na Holanda, William Middendorf, e pelos astronautas em pessoa, Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin, no ano de 1969, após retornarem do espaço.
Às vésperas da década de 1970, os Estados Unidos da América alardeavam diante do mundo todo o sucesso da viagem empreendida à Lua e chegaram a presentear centenas de países com amostras de rochas lunares. Não seria nenhum disparate, portanto, imaginar que, principalmente naquele ano, uma "pedra" presenteada por autoridades norte-americanas à uma autoridade holandesa, fosse uma valiosa amostra de rocha lunar. Não era! Tivesse um cidadão qualquer aprontado algo similar e ido servir como testemunha de defesa em um tribunal, as chances do réu se safar seriam parecidas com as de se acertar algumas vezes seguidas na Megasena acumulada. Mas, em se tratando dos Estados Unidos da América, o fato só deve servir de mais alimento para teóricos da conspiração...
"Micos" à parte, a história é mais um excelente exemplo para evidenciar como a compreensão dos fatos, frequentemente, depende das expectativas e intenções de cada um, principalmente no que se refere às relações humanas. Mesmo que em momento algum fosse mencionado o fato de se tratar de uma amostra de rocha lunar, a razão e o bom senso empurravam o entendimento nessa direção, por mais absurdo que isso viesse a se mostrar depois. Se era um fóssil "especial" por algum outro motivo, entretanto, é provável que ninguém nunca mais saiba.
Assim, mesmo quando tudo for logicamente claro, lembre-se de que muitas vezes o que parece, nem sempre é...
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